segunda-feira, 24 de maio de 2010

Chicabon premiado, grãos de bico, canários cantantes e sorte, muita sorte.

Lobisomem, Saci, Mula sem-cabeça. Quem sabe ainda existe em algum lugar alguém que acredite nestas lendas folclóricas, e posso dizer que é até certo ponto “legal” contar para crianças estórias como estas. Mas o problema que encontramos agora é quando adultos começam a acreditar em algumas “lendas populares” posso dizer assim.

A lenda do sortudo, por exemplo: bom, o sortudo foi viajar pra capital, mais precisamente visitar uma pizzaria. Sentou, comeu e conversou com os freqüentadores da casa das pizzas (só salgadas, diga-se de passagem), no final, deliciando na sua mente uma sobremesa, percebeu que havia uma promoção de “chicabon”, aquelas do palitinho premiado, lembram? Pois é. Ao freezer, deparou-se com apenas um “chicabon”, que ainda restava, todos os outros já haviam sido vendidos. O lendário sortudo degustou seu picolé, e ao final percebeu que, numa sorte comparada à vitória de um espermatozóide que chega antes de milhões de seus irmãos ao óvulo, que seu palito havia uma marca sinalizando o prêmio, uma estrela, se não me falha a memória, e assim voltou para casa o sortudo, com seu prêmio valioso, que vale a pena dizer, valia em torno de cem mil “patacas” Há quem acredite nesta lenda, eu confesso que até hoje só consegui trocar o palito por um “frutare”, e após comer alguns outros.

Outro conto do sortudo, vocês já devem ter ouvido falar, é o do canário do reino. O sortudo virou rei, tamanha sua sorte, e resolveu fazer uma festa para seu povo, onde todos súditos poderiam participar, para animar traria um grupo de canários, para que cantassem. Feitos os cálculos, concluiu o rei que para que os canários viessem, cerca de cento e trinta mil grãos de bico deveriam ser colocados a disposição dos canários. Só que estes cálculos não foram bem feitos, e mais quarenta mil grãos eram precisos, o rei então, pediu para que o conselho do reino liberasse mais estes grãos, só que o conselho nem sequer havia sido consultado sobre a vinda destes canários e por isso cogitou de não liberar. Porém, estamos falando do sortudo. E mais uma vez a sorte esteve do seu lado e os grãos foram colocados a disposição. A festa saiu, todos ficaram felizes e o rei foi saudado por todos os súditos.

Terminada a sessão da carochinha, por incrível que pareça há realmente quem acredite nestas “lendas populares”. Há quem acredite também que grão de bico é moeda de troca em revenda de carro, há quem acredite que cunhado é banco, que “pataca” tem valor, há quem acredita em sorte, em licitação e ainda há rei que acredita que súdito é bobo da corte. Mas o pior é não ter a certeza de que eles não são, e acabar percebendo que mesmo vendo e sabendo das coisas estes súditos sigam saudando, ou melhor, estes bobos sigam fazendo bobagens. Eu que não acredito em nada disso, não sou súdito nem bobo, acho muito mais fácil encontrar o Negrinho do Pastoreio tomando um mate com o Tio Barnabé, debaixo de uma lua cheia ouvindo no rádio aquela música do “Vampiro, Lobisomem, Saci-Pererê.”

terça-feira, 18 de maio de 2010

Vale a pena colaborar.

Como eu gosto do inverno. Esta estação nos proporciona algumas combinações muito boas, como filme, coberta e chocolate-quente, por exemplo. Vestir um bom casaco de lã, e ficar esquentando as mãos em uma xícara quente de café. Tomar sopa. Sem dúvida têm coisas que com a chegada do inverno se tornam quase uma “necessidade”. Pena é que nem pra todos o inverno é tão gostoso, e as necessidades são outras, bem diferentes.

Outra coisa que ganha força com a chegada do inverno é a solidariedade. A Campanha do Agasalho vem mais uma vez aquecer quem tem frio, e pra isso é preciso a colaboração de todos. Vários pontos na cidade estão arrecadando agasalhos, de agências bancárias até as associações dos bairros. As rádios estão divulgando: sábado, dia 22, pela manhã, quatro grupos estarão percorrendo a cidade para aumentar a contribuição da população. A iniciativa da Prefeitura, somada à ajuda de entidades e associações, fará com que o frio seja apenas um detalhe deste inverno. Então, vamos revisar o guarda-roupa e fazer útil aquele blusão que já não nos serve ou aquele cobertor que já não está sendo usado e destinar esses “não-ocupados” para as pessoas que precisam muito e têm pouco. No inverno, esta é a forma de ajudar o próximo esquentando e aquecendo também, o nosso coração. Mesmo não sendo um dever, a ajuda nos oferece a sensação de dever cumprido, de orgulho.

Vamos fazer circular este sentimento, quem trabalha no sábado de manhã e não estará em casa, pode deixar o “seu blusão” a “sua coberta” para um vizinho, ou levar em algum ponto de arrecadação. Quem estará em casa, fique atento ao “businaço” que estará alertando a passagem ou do caminhão ou das camionetes pelas ruas da cidade. É muito importante que quem puder colaborar, colabore. A doação de agasalhos também não é a única forma de colaborar, alguns eventos da cidade terão parte do lucro doados para a compra de cobertores, o que faz da sua participação nestes eventos uma forma de ajudar. Tenham certeza que o filme ficará mais agradável, a nossa coberta mais quente, e o nosso chocolate-quente mais saboroso se tivermos a solidariedade em nossos corações e nas nossas atitudes. Outra combinação boa é essa, solidariedade e atitude.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

É difícil ser situação.

É muito fácil ser oposição. Não existe a tamanha pressão do “fazer acontecer” a qual a situação sempre passa. Porém, os administradores de situação não vivem apenas do “fazer acontecer”, se fosse assim, a atual administração estaria anda como oposição. Um administrador tem de ter bom senso nas suas atitudes e palavras, tem de saber lidar com pessoas, jeito e educação, nivelar o estresse para não entrar em erupção, e cometer precipitações. Como oposição, antes de 2008, criticava-se (e muito!) o jeito, de certa forma, “grosso”, o qual lidava o nosso antigo prefeito que, diga-se de passagem, fez um excelente trabalho, fez acontecer, isso é indiscutível. Porém, essa tal “grosseria” que foi uma das armas usadas contra ele, era nada mais que indignação com alguns fatos e algumas pessoas que insistiam para o não-crescimento da cidade, essas pessoas, inclusive até é um assunto para um próximo texto, por isso não entrarei nesta questão. O fato é que a coisa mudou, a oposição virou situação, e a pressão começou a tomar conta.

A atual administração da cidade, mais especificadamente o Prefeito Municipal, que a meu ver está trabalhando da melhor forma possível, está tentando “fazer acontecer”, mesmo que alguns de seus amigos políticos, que pelo apoio de dois anos atrás merecem “uma mão” (digo: merecem só pelo apoio, infelizmente muitos dos seus escolhidos não têm capacidade de exercer seus cargos), o Prefeito conta com uma ajuda muito necessária, o bom senso da Casa Legislativa municipal, que não barra nenhum recurso, que trabalha para o melhor, etc., etc. É muito fácil ser oposição, mas a dificuldade da situação apareceu na semana retrasada, e foi tirada de letra, de forma correta e honrosa, criticando erros quando eles existem, aí que a pressão pegou o executivo.

Pra quem não sabe a Câmara de Vereadores é a Casa do Povo, e todos temos o direito de saber o que acontece na nossa casa, por infelicidade, ou por não-conhecimento do Prefeito, ele acabou tirando este direito de muitos moradores da zona rural de São Pedro do Sul, cancelando a retransmissão das sessões da Câmara aos domingos, o que, sem dúvida, não agradou a ninguém, nem os vereadores de situação, que ao iniciarem um Pedido de Informação, ou seja, um pedido de explicação sobre o porquê do cancelamento, tendo em vista que os vereadores não haviam sequer sido informados do cancelamento, foram cortados, de forma ditatorial pelo nosso excelentíssimo, um absurdo cometido, a rádio municipal interrompeu a transmissão ao vivo da sessão.

Já houve um texto aqui nesta coluna, no qual comentei que gostava de ouvir as sessões da Câmara, porém, na última segunda fui pessoalmente assistir, e vou novamente, sempre que puder. Na sessão, todos presentes são anunciados, e meu nome foi anunciado como colunista da Gazeta, corrigi, dizendo que estava como são-pedrense, que tem curiosidade de saber o que é feito e que não gosta de ter os ouvidos cortados, o fato de eu escrever sobre este ocorrido não muda a minha qualidade de cidadão. Os são-pedrenses deveriam participar mais das sessões, prestigiar e verificar o trabalho dos vereadores. E quem não pode ir pessoalmente, que fique torcendo para ter seu direito pleno devolvido.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Liderança, Experiência e Oportunidade.

O movimento surgiu na década de 50, nos Estados Unidos e ao decorrer dos tempos ganhou os quatro cantos do planeta, através dos Lions Clubes. Hoje, o Movimento LEOístico (os LEO Clubes) é o maior clube de jovens do mundo, presente em mais de 150 países. No dia 30 de novembro de 1998 era fundado em São Pedro do Sul o LEO Clube São Pedro do Sul, apadrinhado pelo LEO Clube Jaguari, o primeiro do Brasil. O movimento irá completar doze anos na nossa cidade, e doze anos de trabalho, de serviço, e mesmo após todo esse tempo ainda existe quem não conhece o LEO Clube.

Dentro do Brasil, o movimento é dividido em quatro grandes regiões, os chamados Distritos Múltiplos, os quais possuem uma sigla, os três estados do sul juntos formam um destes distritos, tendo como sigla, DM LEO L D, o L é a letra que simboliza o Brasil, e o D é a letra do Distrito. Este Distrito Múltiplo é dividido novamente em Distritos. O DM LEO L D é dividido em nove Distritos, o Distrito em que se encontra o LEO Clube São Pedro do Sul é o Distrito LEO L D-4, que abrange a região centro-oeste do Rio Grande, juntamente com os Clubes de outras cidades, como LEO Clube Santa Maria, LEO Clube Alegrete, LEO Clube Três de Maio, LEO Clube Jaguari, e mais dezenove clubes, num total de 24 LEO Clubes. Em cada AL (Ano LEOístico), que começa em 1º de julho de um ano e se estende até 30 de junho do ano seguinte, os Distritos Múltiplos, Distritos e Clubes ganham uma nova diretoria, as diretorias dos Distritos, chamados Gabinetes, são escolhidos nas Conferências, este final de semana, o LEO Clube São Pedro do Sul está em Panambí, na 28ª Conferência do Distrito LEO L D-4, onde será escolhido o novo presidente Distrital. O Clube são-pedrense já teve a oportunidade de sediar o Gabinete Distrital, no AL 2006/2007 e o Gabinete do Distrito Múltiplo, no AL 2008/2009.

Em São Pedro do Sul, o LEO Clube trabalha através das suas campanhas, como o CineLEO, a Campanha de Natal, a Campanha de Páscoa, o Cidadão Gota, entre outras. O trabalho do LEO Clube São Pedro do Sul é bastante reconhecido pelos demais clubes, sendo um exemplo dentro do Distrito. Você pode conhecer mais o LEO Clube entrando no Blog do Clube, http://www.leosps.blogspot.com/; no site do Distrito LEO L D-4, www.leold4.com.br; através dos jornais da cidade que divulgam os Boletins Informativos do LEO; ou ainda entrando em contato com um C.LEO(Companheiro LEO) e visitando uma das reuniões do Clube. O certo é que o LEO Clube já faz parte do Cotidiano em São Pedro do Sul.

Vamos torcer para que seja mais do que uma indicação.

Felizmente a luta não pára, mas infelizmente a vitória parece cada vez mais distante. Palestras em colégios, propagandas nos meios de comunicação, casos mostrados na ficção são as armas na luta contra o uso de drogas. Todos já sabem tudo o que precisam para dizer não, e mesmo assim as pessoas se tornam usuários. E eu disse as pessoas, não os jovens, como se tanto fala. Pessoas de todas as idades se tornam usuários de drogas todos os dias.

Semana passada aqui na Gazeta, foi noticiada a indicação do Vereador Marcelo de Melo ao executivo do município para a criação da Semana Municipal do Combate às Drogas, “Drogas Nunca Mais”. Mais uma arma pode então ser criada, é ela é necessária. O único erro do projeto, a meu ver um erro, é o nome, mais precisamente o “Nunca Mais”, fica a sugestão da troca para o “Jamais”, levando em consideração que o projeto, eu acredito, não se dirige apenas para ex-usuários, mas também para que os não-usuários sigam não usuários. Projetos como este e parecidos com este já existiram aqui na cidade. Quando ainda aluno da Escola Estadual Professor Firmino Cardoso, tive o privilégio de participar do Projeto Proerd (Programa Educacional de Resistência as Drogas e a Violência), junto à Brigada Militar. Onde um “Sd. Proerd” ministrava aulas todas as semanas sobre este tema. E é com certo orgulho que posso lhes dizer que daqueles alunos, eu e meus colegas, todos, salvo raras exceções (raras mesmo) finalizaram seus estudos, hoje trabalham, ou estão fazendo faculdade, e jamais se envolveram com drogas, salvo as raras exceções, repito. Não sei por que este projeto não é mais realizado. Mas sei que sem um trabalho especial, a coisa vai piorar. Digo isto não da boca pra fora, digo isto por que vejo todo o final de semana, se saio, e se não saio também, da minha casa eu vejo: Vejo jovens que não tem formação educacional para dizer não. A luta não pára, mas só a propaganda na “tv” não vai resolver o problema, é preciso acompanhamento educacional para que os não-usuários sigam não-usuários, e este projeto pode ser este acompanhamento.

O ver. Marcelo fez o que já deveria ter sido feito. E pessoalmente vereador, lhe digo, que se for da vontade do executivo, este projeto será um feito extraordinário, e não faltará apoio da sociedade, das empresas e das entidades de São Pedro. Iniciativas como esta, são indícios de bom trabalho, de trabalho que sem dúvida é reconhecido por todos, e a prova disto foi a unanimidade dos votos na câmara, e prova maior será quando ele começar a ser executado. Parabéns de novo pela iniciativa, e tenha certeza que falo por muitos quando o parabenizo.

As últimas gotas d’água.

Os telejornais nacionais estão trazendo para todo o país a tragédia carioca, a tragédia das chuvas, dos deslizamentos. Todos os dias mais vítimas são encontradas sob a terra. Muitos de nós, moradores de outros estados (que não conhecem a realidade carioca), e até alguns próprios cariocas sem visão se perguntam o porquê de tantas pessoas morarem em lugares como o Morro dos Prazeres, ou outros lugares que são avaliados como locais de risco. Só que quem se informa sabe que este tipo de moradia não é uma opção e sim uma condição, imposta pela falta de dinheiro, falta de emprego, etc. Ninguém mora no morro por que acha a vista bonita. “Eles são miseráveis, pobres miseráveis” - disse Arnaldo Jabor - e “miseráveis” não é xingamento, vem de miséria mesmo. A culpa deste desastre é governamental. Exclusivamente.

Em setembro do ano passado o governo brasileiro decidiu comprar de 36 aviões “caças” franceses, lembram o valor? Quatro bilhões (BILHÕES!) de reais. E os aviões não foram a única compra, entre helicópteros e submarinos mais quinze bilhões foram disponibilizados para o chamado reaparelhamento bélico brasileiro. Grande investimento. Gostaria de saber a percentagem em relação aos investimentos em educação, em saneamento e em habitação. AH! Habitação! Interessante: não sou nenhum engenheiro, mas acredito que não precisamos ser nenhum gênio da construção civil para saber que estes 19 bilhões seriam mais que suficientes para criar áreas habitacionais para retirar os moradores dos morros cariocas, e não só os cariocas. Puxa vida: 19 BILHÕES! Mas fiquemos felizes pela nossa Força Aérea, que possui agora mais 36 jatos novos, que podem ser pilotados por 36 oficiais, que realmente ganham muito pouco para pilotar jatos “velhos”, ainda mais em um tempo de guerra como o atual. É realmente indiscutível a necessidade brasileira de tecnologia militar. Além disso, o governo já investe bastante nesses moradores, lhes dando ajudas mensais, para que possam alimentar suas famílias decentemente e que ainda consigam economizar alguns trocados para pagarem os impostos dos seus barracos. Grande investimento.

Esta tragédia é última gota d’água (ou as últimas gotas!). É o sinal para que os governantes tomem as devidas providências, retirando e auxiliando os moradores destes morros. São inaceitáveis: a tragédia, a situação e pior ainda, o comentário do nosso Presidente, dizendo que o que o mais importante agora é rezar para Deus parar de mandar chuva. Perto desta frase, não me considero nenhum pouco cínico em repetir: - Grandes investimentos, senhor Luis Inácio.