Democracia. Esse era o tema que, mais ou menos uns quatro meses atrás, uma pessoa me pediu para “dar uma idéia”, uma opinião, para ela escrever um texto. Prontamente o fiz, escrevi em alguns minutos uma síntese do meu pensamento sobre a democracia atual, uma pena ter-se extraviado esse fragmento, nem que fosse pra me ajudar a colocar em ordem as palavras deste, que começo a escrever agora.
Em resumo, minha opinião baseia-se na idéia de que a nossa democracia é muito restrita para ser chamada de democracia, a representatividade, que aprendemos na escola, nos deixa um tanto quanto alienados, não por culpa nossa, ou só nossa, mas principalmente pelos tais representantes e seus partidos. Que insistem em mostrarem-se diferentes uns dos outros, prometendo melhorias que o outro candidato parece incapaz de realizar. Infelizmente isso nos envolve. Ficamos cegos contra, ou a favor de tal candidato/partido, quantas vezes ouvimos “Nunca vou votar no fulano!”, ou o bom e velho “Deus o livre eu votar em sicrano!”. Entretanto, esse olhar, esse pensamento não passa de mera ilusão, ou “cegueira”, alienação é a palavra mais correta. Todos os candidatos têm a capacidade de fazer um bom trabalho, é claro que tem a situação das classes, em que umas se sentem mais beneficiadas por um candidato ou por outro, isso é uma realidade, mas mesmo assim, nos temos dentro de nós um lado “partidário” bastante forte, mesmo não tendo ligação com partido algum, e nem ganhando nada com isso. Uma prova desse pensamento alienado é o exemplo que segue: quem de nós votaria num destes chamados “loucos”, de um partido de pouca expressão, que tivesse uma idéia totalmente radical, como a independência do Rio Grande. São poucos. Mesmo admitindo que quase todos os rio-grandenses gostariam da (ou ao menos um dia já pensaram na) emancipação do nosso pampa.
O mais incrível nisso tudo, é que mesmo admitindo que temos esse costume de democracia alienada, seguiremos com os nossos conceitos partidários, e iremos votar nos mesmos candidatos, repetiremos as mesmas frases. Eu sou jovem, não vivi nenhum outro período há não ser a nossa república presidencialista representativa. E às vezes me pergunto se não seria bom haver uma mudança, uma evolução na democracia. Talvez isso fosse a solução para a situação caótica de corrupção que presenciamos, e certamente para as que ainda não presenciamos. Enquanto isso, repito, vamos escolher bem os nossos representantes. Vamos nós, ao menos, fazer o nosso papel da melhor forma. Quem sabe isso seja um começo.