domingo, 30 de janeiro de 2011

E agora Julião?

Ainda me lembro do carnaval passado. A cidade se preparava para ter mais um ano de “lonão” na rua. Tudo ia bem até o momento que as chuvas novamente castigaram os balneários da região. Disso todos também se lembram, casas abaixo, ruas reviradas, até pessoas ilhadas. O que nem todos se lembram, mas deveriam, é que o cancelamento do carnaval de rua serviria para a reconstrução do principal balneário de São Pedro do Sul, o Passo do Julião. Lembro ainda que numa das primeiras edições de Coluna Cotidiano a capa da Gazeta era sobre este assunto.

Passado um ano, o carnaval chegando novamente, entretanto a situação do Julião não é das melhores, enquanto os balneários do Angico e a Praia Nova superlotam, o Julião segue esquecido, trazendo fortes reflexos para todos os são-pedrenses. Quando digo todos os são-pedrenses, digo por que não é só para lazer que serve o nosso balneário. Durante anos o Julião foi ponto turístico de São Pedro, atraindo visitantes de praticamente toda a região, movimentando assim não só o balneário, mas também o comércio local. Mercados, padarias, açougues, postos de gasolina, farmácias, depósitos de bebidas até lojas de R$ 1,99 eram procurados pelos campistas e visitantes. Era dinheiro de fora que entrava em São Pedro, e logo, circulava entre os próprios são-pedrenses.

Está aí a importância que deveria ser dada ao nosso balneário. É preciso condicionar o Julião para as temporadas futuras, é preciso levar a sério o Passo do Julião. Carnaval é bom, mas dura pouco, o balneário tem visitação de quatro a cinco meses (entre novembro e março), que seja buscado e implantado dinheiro no nosso balneário, que seja incentivada a visitação, através de televisão, temos o exemplo do Balneário das Tunas em Restinga, que seguido nos convida através de uma simples propaganda na RBS. Vamos pensar senhores mandatários. Vamos fazer do nosso balneário um dos melhores da região, como aquele de anos atrás, que nos dava alegrias por conta das diversas opções, como futebol, vôlei, as churrasqueiras, a sinuca, a sombra e a água fresca. São Pedro está com saudade desse Julião. São Pedro precisa desse Julião. E o Julião precisa ser levado a sério.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Uma escolha importante.

Não existe ninguém que não tenha sonhos. Todos nós queremos, aspiramos, almejamos alguma coisa para o nosso futuro. Sonhamos. Seremos médicos, arquitetos, donos de restaurante, mecânicos, enfim, todos temos caminhos traçados. Entretanto, a pior coisa que pode acontecer é o caminho que foi pensado por nós, desde que nos perguntaram pela primeira vez “o que tu quer ser quando crescer?” não é o caminho que tu deseja seguir. Ou não parece ser o melhor caminho.

Somos muito jovens quando devemos fazer a escolha que vai definir todo o final da nossa vida. Queremos ganhar bem e fazer o que “gosta”, entre aspas mesmo, porque hoje, muitas vezes deixamos nossos sonhos de lado por questão financeira. Esse ano mais um tanto de jovens, e jovens são-pedrenses estarão ingressando na faculdade, tentando dar seguimento ao caminho que traçaram até aqui, serão jornalistas, biólogos, engenheiros, fisioterapeutas, veterinários, iniciarão dentro de alguns dias, talvez meses o passo que vai determinar todo o estilo de vida que terão daqui pra frente. Interessante pensar assim, toda sua vida em uma escolha, a profissão, desde o simples fato de fazer novas amizades, namorar uma pessoa que conhecemos por ter feito aquela escolha, se casar, ter filhos, morar em outro lugar. Uma escolha desencadeia diversos e mais diversos acontecimentos na nossa vida. Por isso essa escolha deve ser muito bem pensada, podemos escolher errado, tentar outro caminho, é difícil, mas temos que ter paciência, saber administrar nossa vida. Fazer uma escolha e ver que ela não era a correta pode ser muito difícil, mas com certeza será um grande aprendizado.

Espero que estes novos acadêmicos tenham feito suas escolhas corretas, e que tenham um caminho de muita felicidade para toda a sua vida, e se lembrem de que essa escolha foi determinante para a grande maioria dos seus passos futuros. Quem errou o caminho, não está perdido. Só esperamos que cada vez mais os jovens são-pedrenses encontrem os seus caminhos, e que estes, sejam sempre do bem e para o bem.

Parabéns aos que ontem e quinta ingressaram em faculdades, e boa sorte à todos que estão na busca de seu caminho.

Um ano.

A Coluna Cotidiano começou já na primeira edição da Gazeta de 2010, a proposta era trazer aos leitores uma nova visão sobre temas que, como no nome da coluna, tratariam do nosso cotidiano, seja no círculo municipal ou em outra esfera. Durante o ano de 2010 expomos temas como eleições, segurança, amor, entre tantos outros.

Para o ano que se inicia, esperamos estar junto com os leitores, comentando temas sugeridos, através do e-mail, do blog. Neste primeiro e curto texto de 2011, quero agradecer aos leitores desta Coluna que já tem por costume ler a coluna Cotidiano, agradecer os e-mails que recebo, respondendo à textos, perguntando, indicando, sugerindo, criticando.

Espero que 2011 nós possamos comentar nesta coluna muito mais alegrias, possamos comentar os desenvolvimentos da nossa cidade, as melhorias, as boas atitudes, comentar sobre os sentimentos que mais estampam nosso dia a dia, como amor, amizade, solidariedade.

Um bom ano para todos, de muitas alegrias, muito sucesso e muito amor.

E até a próxima semana.

Reflexão propícia.

No Natal todos nós tomamos um banho de sentimentos bons e boas ações, nos tratamos melhor, nos abraçamos mais, nos beijamos mais, somos mais carinhosos com as pessoas que amamos, convivemos. Praticamente todos nós ficamos mais gentis e educados. Há poucos dias atrás assisti a um filme que mostrava a história de uma filha que tinha problemas com o pai, mais tarde ela descobre que seu pai tem uma severa doença, após isso as suas atitudes melhoram, a forma que trata ele muda, aproximando os dois na relação familiar. Bem propício para a época em que estamos.

No filme, a perda do pai, apesar de não representada claramente, nos remete ao arrependimento de quem ficou. Explico: muitas vezes, como já falei em outro texto com outro tema, mas posso repetir, só damos valor ao que perdemos. Muitas vezes brigamos com nossos entes por motivos tolos, tratamos nossos pais, avós e filhos de forma indiferente. Fazendo dias e anos passarem sem demonstrar carinho e afeto, exceto raras ocasiões, quase sempre festivas durante o ano, como o Natal. Seria muito bom perdermos o receio, e ganharmos o costume de tratar nossos “queridos” com amor, com carinho, com belas palavras. Se ocupássemos o tempo que passamos com nossos familiares ou um simples décimo desse tempo para lhes demonstrar o quanto os amamos e o quanto eles são importantes para nós, certamente nosso dia a dia teria muito mais paz, muito mais alegria. E não nos arrependeríamos por não ter dado atenção a quem tanto merecia.

Neste Natal, quero lhes deixar a mensagem de compaixão que tento instalar no meu cotidiano. Vamos nos tratar melhor, com mais respeito, com mais gentileza, com mais carinho, bondade. Todos temos receios, mas neste texto eu quero homenagear á todos meus familiares e amigos, dizendo-lhes que eu os amo, que vocês são imensamente importantes para mim, e não é só no Natal, são todos os dias do ano. Eu queria estar sempre junto de todos vocês, conversando, rindo, compartilhando momentos agradáveis, sentimentos, emoções. Aos meus amigos leitores, gostaria de dar um abraço em cada um nesse momento, e dizer à vocês que quando terminarem de ler esse texto pensem em como vocês estão se relacionando com as pessoas que vocês mais amam e tracem uma meta de tentar melhorar estas relações, por mais que sejam boas, com certeza podem ficar ainda mais. Um feliz Natal à todos vocês.

Nada é por acaso. (EXCLUSIVO DO BLOG)

A derrota colorada no Mundial de Clubes deste ano não aconteceu apenas durante o jogo, e não teve apenas um ou dois fatores que a causaram, ela começou a ser traçada logo depois da conquista da Libertadores. Naquele momento a imprensa fez com que todos subissem no salto, lembro bem da campanha do Globo Esporte para que colocassem o Sneijder (peça chave do time da Inter) “no bolso”, nem a Internazionale estava na final, tampouco o Inter, e já queriam colocar o Sneijder no bolso. Faltou sim muita humildade para o time. Quando saiu o resultado das quartas, onde o classificado era o Mazembe aumentou o sentimento de certeza, se o Pachuca não representava grandes riscos à classificação, o Mazembe não seria nada. Não foi bem o que aconteceu.

Aliado à má formação, má escalação, enfim, ao mau treinador, sim, Celso Roth nunca foi e nunca será um bom técnico, o time africano não era pouca coisa. Se o jogo do Inter não chamou a atenção, o jogo dos africanos nos mostrava que não se pode nunca subestimar um time menor que o seu, ainda mais um time africano, que tem por costume surpreender grandes favoritos, como a nossa seleção, que se não fosse por conta do salto já poderia gozar de um ouro Olímpico.

Enquanto os jogadores do Inter não colocavam a bola no chão, os jogadores do Mazembe sempre que podiam saiam jogando através de passes rápidos, se faltava técnica ao time, e faltava, compensava na vontade e no entrosamento da equipe. Se eram ruins, como muitos afirmaram, não sei dizer, para mim não eram ruins não. Obviamente o Inter era muito melhor, tinha de ter vencido, daí se dá o tal vexame. Mas dentro de campo a verdade é que o TP Mazembe não era nada do que se falava. Fiquei surpreso quando o treinador do time africano disse em entrevista coletiva “Será que não está na hora de um time africano ser campeão do mundo?”. E agora podemos responder: está sim. Minha aposta e minha torcida são do time do Congo, está na hora, pelo menos para servir de exemplo que futebol e humildade têm muito a ver, nenhum time ganha por acaso, todos que ganham, ganham por merecimento, vontade e trabalho.

Hoje veremos a forma que a Internazionale lidará com seu favoritismo, que existe sim só no papel, dentro de campo a coisa muda e o Mazembe pode sair campeão deste torneio, aí sim o futebol “menor” através do futebol africano será tratado com o devido respeito.

Coragem, covardia e amor.

Não existe pior sentimento que a covardia. Não, covardia não é um sentimento, é uma ação, ou a falta de ação, seria então o pior sentimento o medo, que nos deixa covarde, sem a coragem necessária para tomar algumas atitudes. Como num ensaio de romance que insiste em ficar só no ensaio por conta do receio. Quem me dera não temer o não. Mas quase todos nós tememos, desde crianças, quando não pedíamos algo aos nossos pais para justamente não ouvir o não, e esse temor do “não” nos marca de tal forma que o levamos para toda a nossa vida, no trabalho, no amor, até nos favores simples do dia a dia, tememos ouvir um “não”.

Entretanto, temer o não é muito comum, temer o sim que é complicado. Quem teme o sim é a pessoa que não tem autoconfiança. Quem teme o não, teme porque não conhece, não confia na reação da outra pessoa: se o chefe vai te dar um aumento, se ele pode te dar aquela folga pra um dia especial, se a pessoa que tu ama também te ama. Quem teme o sim pensa “se a resposta for sim?” “se ela aceitar?”. E isso já basta para a trava da tranquilidade, a trava da coragem, terminar com as expectativas criadas pela própria pessoa, pelo próprio temente.

Dentro do amor a pessoa que teme o “não” não é feliz, a pessoa que teme o “sim” é menos feliz ainda. A pessoa que teme o “sim” não brinca nem se quer de “bem-me-quer, mau-me-quer”, com medo que de o bem. Caso brinque, e caso dê o bem-me-quer, guarda para si a resposta do jogo, porque ela também tem medo do não, óbvio: se o sim me mete medo, a não sabedoria sobre a existência dele me dá mais medo ainda! Bom mesmo é não ter medo, ou, melhor ainda, as pessoas que não temem e ainda se entusiasmam com a dúvida, e mais ainda para saná-la. Desculpem-me os que esperam mais de mim, mas a inspiração da semana veio através dela, e quem é ela?

Ela é quem “passa e confessa no olhar a nossa conspiração de felicidade. Ela sabe como eu sei que esses instantes vazios da vida estariam sempre repletos de ventura, mesmo que os que se constituíssem apenas em silêncio, se tivéssemos coragem”. “Sabe secretamente o que eu sei também em segredo: nós fomos feitos um para o outro...”.

Desculpem novamente o tema fraco e pouco abrangente do amor, mas que ele instiga e inspira não se pode duvidar. Mais uma vez trechos do Paulo Sant’ana, ali em cima, entre as aspas.

Existem personagens na vida real.

É incrível a capacidade do ser humano de criar, inventar, renovar. Basta olhar a própria linha do tempo da civilização que notamos inúmeras novas coisas a cada tempo que se passa. Tudo se renova, desde roupas, estilos, gostos, até os nossos próprios valores. Aprendemos a cada dia algo mais, sempre na tentativa de evoluir. A nossa moral está em constante evolução. Exemplo disso é a liberdade em tudo que se faz hoje em dia, a própria novela nos ajuda a perceber, antes o que era descriminado hoje nós assistimos como algo totalmente normal, comum, e passamos a aceitar, relevar algumas coisas.

Entretanto, o ponto em questão é: nós mudamos e os meios retratam, ou primeiro convivemos com o fictício para depois mudarmos nosso conceito, ou ainda assistimos coisas que não aprovamos e para não parecermos retrógrados, preconceituosos, fingimos concordar com tais situações? Acredito que existam pessoas dos três tipos, existem aquelas que passaram por algo na sua vida, que de certa forma as fez evoluir e compreender situações que a maioria de nós não teria sensibilidade de compreender – lembram-se daquela novela que a cada dia uma pessoa diferente dava um testemunho sobre a sua vida pessoas em relação ao que se passava na ficção? – existem as pessoas que após assistir alguma novela, documentário sobre alguma realidade entende que nem tudo é como pensamos, e que nossa opinião, às vezes preconceituosa (opinião/conceito antes de conhecimento), pode estar errada.

Ainda existem os que para não serem maus vistos, acabam por encobrir seus reais pensamentos, tornando-se uma capa falsa. E quando me refiro à capa falsa, com certeza não é apenas sobre as opiniões sobre as novelas, e sim sobre tudo. Existem pessoas que pregam como pastores, e pecam como ateus (perdoem-me o cunho extremamente religioso desta frase, mas é bem o que isso quer dizer). Existem funcionários que na frente do chefe representam uma imagem, na frente dos colegas, dos demais, outra. Existem patrões que parecem camaradas, mas não são. Existem professores não éticos, que não educam, que nem se quer são educados (essa educação não é a que vem de casa, não é o respeito, os bons modos, e sim as boas atitudes, as boas atitudes em sistemas coletivos, em sociedades).

Enfim, estes últimos indivíduos foram os que escolheram o pior dos caminhos, podem ter algum sucesso na sua vida, mas certamente em algum momento, essa capa de bondade, de ética, de moral, se vai com o vento da verdade, deixando à mostra a real face, decepcionando muitas vezes quem acreditou, quem não percebeu por conta, ou por “bom trabalho” do próprio indivíduo, sua real condição. Para a nossa felicidade, uma coisa sabemos: enquanto existirem estas pessoas, dentro de qualquer empresa, entidade, existirão pessoas de bem, tentando dar fim à essa capa, tal qual numa novela, com seus mocinhos e vilões.

Sem concentração, sem assunto.

Olhava ao redor, as pessoas caminhando, conversando pelo bar da faculdade. As gurias do direito comprando seus cafés-pretos com seus saltos vermelhos para combinar com a bolsa do curso me tiravam a atenção, confesso. A conversa alta sobre futebol na mesa do lado dos estudantes da administração incomodava. Nada parecia me ajudar a escrever, nem a pensar sobre o que. Comecei mais ou menos uns dez textos, de variados temas: política - pensei: “De novo! Só não quero que o asfalto da XV de Novembro seja colocado na época das festas de final de ano, como a bagunça do ano passado, parecendo incomodar de propósito.”; amor, amizade: “Putz, amizade é um amor que nunca morre. O que falar mais?”. Nada me dava vontade de escrever, nada me inspirava, nem o Chopp gelado que tomei uma hora antes me fez ficar mais criativo.

Seguia assim, a novela fazendo aquele barulho na tv do bar, mais gente, mais futebol. Pedi um café. Por vezes notei que alguns vizinhos lançavam olhares pra o meu lado certamente pensando “o que tem esse cara, com essa cara de apavorado, que tanto digita nesse computador?”. Mais uma turma desceu, tomei um gole de café. Pensei em esporte, já tinha me jurado que não escreveria sobre esse assunto, mas como seria bom dizer que o Grêmio está próximo da Libertadores. Mais pessoas - meu Deus! Que barulho! - briga feia com os carros do final de semana que mais parecem uma boate móvel pelo centro da cidade.

Um cara torceu o pé descendo o degrau do bar, acompanhado de duas gurias muito bonitas com suas roupas (calças pra ser mais sincero) brancas que fazem qualquer homem casado desejar estar de óculos escuros, e não eram só as duas, quantas gurias bonitas, pensei - beleza seria um bom tema! - muito subjetivo, eu teria de descrever o quanto aquela morena de lábios carnudos do direito me chamava a atenção, enquanto aos demais poderiam estar vidrados na loira baixinha, ou na guria de cabelos castanhos com um sorriso que deixava os seus colegas de boca aberta sem eles nem se quer perceberem. Terminei meu café, olhei no relógio, estava na hora do intervalo, mais pessoas desceriam pra o bar, meu amigos da faculdade também.

Dez textos, pra mais, comecei. Dez textos e nada. Restou-me, mesmo, ir pra casa, já que no outro dia teria de acordar cedo, acho que o bar já estava com mais de 50 pessoas, e definitivamente nada mais poderia me deixar concentrado, pelo menos não para escrever. Juntei-me aos amigos que havia ido visitar, conversamos sobre o futebol, sobre as calças brancas, sobre os sorrisos, os lábios carnudos, demos risada e quando a aula recomeçou fui embora, indignado com a minha falta de concentração, que pode ter sido a causa da minha falta de assunto nessa semana.

Melhor do que está fica.

Tiririca foi eleito deputado estadual por São Paulo com o cacife de mais votado do Brasil, cerca de um milhão e trezentos mil votos. Por suas frases de deboche com a atual situação, como “Pior que tá não fica!” e “Tá cansado de quem trambica? Vote no Tiririca!”, ele ganhou, como forma de protesto, inúmeros votos. Entretanto após a eleição o candidato foi denunciado por fraudar seu teste de escrita e leitura, capacidade mínima para qualquer candidato. A vergonha, neste caso, não é a dele ser ou não alfabetizado, mas sim a de a alfabetização ser o mínimo para qualquer cargo público-político no Brasil.

Como costumamos ouvir, “qualquer balconista tem de no mínimo ter concluído o ensino médio”, entretanto, diversos cargos, como o do Tiririca, ficam ocupados por pessoas que nem sequer frequentaram a escola básica. Um Presidente que mal fala o português, deputados semianalfabetos e outros tantos exemplos. No nosso país deveria ser obrigatório que qualquer político, da esfera legislativa tenha no mínimo o ensino médio, concordando eu com o que um amigo me disse em uma conversa sobre o assunto esses dias: “Por mais que um vereador não apresente nenhum projeto, tem que ter capacidade para interpretar os projetos de seus colegas, analisar, realmente compreender, para poder decidir da melhor maneira sua posição.”.

Realmente, para ser Presidente da República deveria ao menos ter o ensino superior completo, um nível de escolaridade respeitável para quem ocupa o maior cargo público do país. E essa obrigação escolar deveria vir desde os cargos mais baixos da pirâmide política, Vereadores e Prefeitos e Deputados Estaduais com ensino médio, Deputados Federais, Governadores, Senadores e o Presidente com diploma, é o mínimo para quem espera ser um país desenvolvido, capacidade intelectual de governantes.

“Política não é profissão!”. Infelizmente não é o que temos no nosso país, no nosso estado, no nosso município. A política, o cargo político, deveria ser uma honra para quem o exerce, e não simplesmente uma forma de ganhar dinheiro fácil, como vários políticos veem. Por conta disso, tenho que discordar do Palhaço, pior do que está fica sim! Políticos que não sabem nada do que se passa: Deputados que desconhecem as leis que aprovam; Senadores que não estão “nem aí”; Executivos que roubam descaradamente, e não veem nada. Só querem dinheiro, não defendem a necessidade do povo, não nos representam, apenas nos usam para manterem seus altos salários. No final das contas, não é o Tiririca quem é o palhaço.

E nem aí pro Enem.

É lamentável a situação que se encontra aquela que deveria ser a principal prova avaliativa do Ensino Médio no Brasil. Por dois anos seguidos o Enem se mostra frágil, fraco, vergonhoso. Após o roubo da prova do ano passado o Enem 2010 prometia (e deveria) ser perfeito. Entretanto, parecendo um deboche, a prova novamente causa polêmica, a começar pelo bobo erro da troca no enunciado do cartão resposta, o que prejudicou muita gente, por incrível que pareça, depois veio a descoberta dos erros na prova amarela do primeiro dia, este erro foi sim o fator mais importante para o cancelamento da prova por uma Juíza do Ceará.

Desde o início a ideia de transformar o Enem em uma prova de seleção para todas as Universidades Federais não me agradava, acho muito difícil em um país como o nosso (grande e de organização não digna de aplausos) uma única prova ser aplicada para estudantes de níveis de conhecimento, por conta do próprio ensino, tão diferentes. Os vestibulares, além de serem a forma autônoma das universidades adquirirem verbas também fazem com que os jovens mais próximos desses centros de ensino possam ter melhor desempenho em relação aos de lugares mais distantes, por conta de peculiaridades na elaboração da prova, como inclusive a própria linguagem, uso de termos típicos de uma região que são desconhecidos pelas demais regiões, não fazendo com que o país torne-se um embaralhado de estudantes, posso citar o exemplo de um amigo que havia passado para medicina em Roraima, e que não foi cursar, optou por tentar mais um ano o vestibular da UFSM.

Agora, após estes intensos vexames do Enem, fica mais clara ainda a evidência de que o melhor para as universidades e para os alunos é a manutenção do vestibular. O Enem, que é muito importante, por conta do PRO-UNI, do auxílio que dá à alguns estudantes para finalizarem a sua formação no próprio Ensino Médio, mostram a necessidade de manter o exame, mas também de sua reformulação, o Enem, como está não serve de indicador de nada, é uma prova extensa, cansativa e principalmente “bagunçada”, de fraca elaboração e organização. O Enem precisa ser levado a sério pelas as autoridades da área da educação, e pelas autoridades governamentais. Acredito, realmente, que só quem não completou sequer a quinta séria do Ensino Fundamental é capaz de avaliar o Enem como “sucesso absoluto!”, ou se comprova que realmente existem pessoas que não veem e não sabem de nada e não está “nem aí” pro Enem.

O sábio das palavras.

Paulo Sant’ana pra mim é um ser admirável, com certeza não pelo seu hábito de fumar ou pelo fanatismo extremo ao Grêmio, embora eu o admire por isso não quer dizer que ele é admirável por este fato, mas é um ser admirável pela forma a qual se expressa, em seus textos, suas crônicas, suas estórias. Com tons cômicos e trágicos ele representa as coisas do cotidiano, do amor, do casamento, da convivência, da existência, enfim, para mim, Paulo Sant’ana é sinônimo de boa e agradável leitura. Fica fácil perceber: Sou um grande fã do Paulo Sant’ana.

Em vários momentos da minha (curta) vida fui encontrando nas palavras do Paulo um sentido para o que se passava comigo. Quando comecei a escrever a coluna “Cotidiano”, tentei, por vezes, inspirar-me no ídolo, o resultado não foi o esperado, entretanto, consegui fazer com que minha cabeça criasse uma forma minha de escrever, inspirada, mas não assemelhada à do Paulo. Alguns textos meus mostram essa inspiração, normalmente quando falo de sentimentos, como amor e amizade. Nada comparado aos textos dele, os quais eu julgo geniais. Frases fascinantes, pensamentos mirabolantes.

O trabalho de Paulo Sant’ana quando atinge a sua máxima qualidade é definido por ele da seguinte maneira: “O melhor de mim é quando consigo interpretar, com rigorosa exatidão, o desespero do ciúme, a vergonha da inveja, a lancinante dor da traição e da perda e a transbordante e inefável sensação do amor.” Paulo Sant’ana é o velho sábio das palavras, de nenhuma forma perfeito, indecente, cafajeste, boêmio, infiel, apaixonado por tabaco, mas é a pessoa que melhor consegue decifrar o sentimento humano, tanto feminino como o masculino, por conhecer e muitas vezes viver os fatos cotidianos, tanto os bons quanto os maus sentimentos que nos habitam.

Quem dera um dia eu poder escrever com tanta sabedoria, quem me dera poder deixar uma frase a ser lembrada ou admirada, como este fragmento do texto “A competência do coração”, obviamente do Paulo Sant’ana, o qual admiro e não me esqueço.

“Sem cérebro, eu enlouqueço de tanto amar, porque só o cérebro pode travar a corrida alucinada do coração para o amor. Daí que quem pensa não ama, e quem ama não pensa. Se o destino tiver de escolher entre me avariar o cérebro e o coração, que me preserve o coração e dane-se meu cérebro. Mil vezes ser um encefalopata do que um cardiopata. Prefiro vegetar como um idiota, mas tonto de amor.”

As cores do nosso Brasil.

Verde, amarelo, branco e azul anil. Estas são as cores do Brasil. Soa poético, o significado das cores mais ainda: verde das matas, amarelo do ouro, branco da paz eterna e o azul do nosso céu. Entretanto temos, após anos e anos, certo erro nestas significações. Ouro, matas e paz já não são tão representativos como antigamente. Acredito que uma releitura destas cores e de seus significados seria muito importante.

O verde que queremos, não é o verde dos dólares na cueca, é o verde da esperança, esperança de que o país melhore, melhore no sentido de nos dar orgulho não só pelo futebol, mas também pela política, que tenhamos orgulho em ter um presidente e não vergonha. Admiramo-nos ao ver o presidente chileno à espera dos mineiros, cantando o Hino do Chile, uma demonstração de patriotismo, coisa que há tempos não vemos no nosso “faixa”, o último ainda só demonstra desrespeito para com o povo, com atitudes e palavras.

O nosso amarelo deveria ser o sol de cada dia, que demonstrasse o trabalho do nosso povo, lembrando aquela velha frase “de sol a sol”. Porém, se continuarmos assim, apenas metade da população seguirá trabalhando, o restante ficará esperando sua gorjeta mensal, que mal mata sua fome, mas infelizmente, essa metade, ou maioria desta metade, se contenta com isso, não tem real vontade de crescer, trabalhar, conquistar as coisas com seu próprio suor, estilo “jeitinho brasileiro”, que também envergonha.

Nosso azul, do céu, bom, ainda temos o céu. Mas o azul representa também o estudo, o intelecto, que queremos ver em nosso povo, através da boa educação, de boas escolas. Também pode representar tranquilidade, segurança. Mas principalmente deveria nos representar a sabedoria e a verdade que queremos em nossos governantes.

A cor branca, da paz, pode ser agora a cor que queremos para a ficha de nossos representantes, dos nossos políticos, chega de “paus-de-galinheiro” em todos os poderes do nosso Estado. Que o branco seja quase um transparente no trabalho de cada político, e não só na bebida de cheiro forte do Presidente.

Domingo estaremos decidindo a valor destas cores para os próximos quatro anos. Pensemos bem o destino que daremos ao nosso país, teremos boa memória, malas, cuecas, meias, mensalão, Casa (onde já) Civil. Queremos isso pra o Brasil? Não, o vermelho não pode estar na nossa bandeira.

Quem diz é Ciro Gomes, Coordenador da Campanha da Dilma Rouseff.

No início desta semana recebi um e-mail intitulado “Se é ele que diz...”, interessado pelo título e mais ainda pelo conteúdo, pois recebi de um contato que sempre envia bons e-mails, o abri no instante em que pus os olhos. No corpo do e-mail apenas uma frase: “Quem diz é Ciro Gomes, Coordenador de Campanha da Dilma”, e em anexo seguia um vídeo. Que começava com a seguinte frase: “Ciro Gomes, o cabra macho!”.

Todo o vídeo se baseava em entrevistas do Ex-Deputado Ciro, condenando vários fatores pró-PT. Perguntado sobre o que ele pensava sobre o PMBD (em esfera nacional), Ciro diz que “Hoje quem manda no PMBD não tem o menor escrúpulo, nem ético, nem de compromisso público, nem de nada... É um ajuntamento de assaltantes”, sobre Michel Temer, Presidente do PMDB e candidato à vice-presidente junto com o PT: “Ele é o chefe dessa turma... vamos ter clareza, a aliança do PT com o PMBD é para traficar minutos televisivos, asfixiar o debate, não é para governar!”.

As críticas de Ciro Gomes não ficam só direcionadas ao PMDB, as divulgações das pesquisas de voto, que durante o período anterior primeiro turno, que davam vitória à Dilma já no dia três também foram alvo de Ciro: “O IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), o Montenegro (Carlos Augusto Montenegro, presidente e dono da empresa) vende até a mãe para ganhar dinheiro, isso aí eu conheço de longuíssima data... Vende e vende mesmo!”.

Sobre o PT, ele fala que Lula era contra a Constituição de 1988, assim como contra o Plano Real, que tirou o país do inferno inflacionário, criado por Fernando Henrique Cardoso, que sofreu com uma “campanha Golpista: Fora FHC”, criada pelo Partido dos Trabalhadores.

A última entrevista de Ciro vem com a frase “para fechar, o melhor candidato é...”, e ele fala: “Se perguntado, temos que falar a verdade. Todos sabem que sou adversário do Serra desde sempre. Agora, o Serra é mais preparado do que a Dilma, porque já foi Governador, já foi Prefeito, já disputou eleição, já ganhou, já perdeu e ela nunca disputou nenhuma eleição”. O vídeo ainda termina com os dizeres: “Ciro também sabe a verdade: quem conhece o PT, não vota no PT!”

O vídeo tem sua veracidade comprovada, tanto que seu conteúdo foi usado na formulação das perguntas feitas à candidata Dilma em entrevista ao Jornal Nacional esta semana. O vídeo pode ser visto no Youtube, através do título: “Ciro Gomes, o cabra macho”. Como sempre, meu intuito na Coluna Cotidiano é fazer o leitor pensar. Como diz o título, não sou eu quem diz. Quem diz é Ciro Gomes, Coordenador da Campanha da Dilma.

Errata: o candidato à vice de José Serrá, Índio da Costa é do Partido Democratas e não do PP como eu havia falado na coluna da semana retrasada.

Entre vermelhos e azuis o verde se destaca.

Domingo passado os brasileiros foram às urnas para praticamente comprovar os resultados que as pesquisas apontavam até então. Dilma venceria no segundo turno e os tucanos padeceriam mais um ano frente ao Partido dos Trabalhadores. Marina só comprovaria a decepção do povo com os outros dois candidatos, e só não foi melhor por que existem mais pessoas “anti-PT” do que a favor do Serra. Inúmeros votos do tucano foram devido ao pavor de mais quatro anos com o PT no comando, o medo de mais escândalos, mais corrupção, mais desvios de verba, mais, mais e mais. Talvez, se a população realmente acreditasse na “onda verde” de Marina, a candidata do PV teria tomado o lugar do Serra no segundo turno.

Agora no segundo turno, aquela que saiu derrotada pode ser o ponto principal para a decisão dos próximos quatro anos. O apoio de Marina será muito, mas muito disputado entre os presidenciáveis restantes. Não é pra menos, cerca de vinte milhões de votos. O engraçado agora é as posições dos finalistas, para Serra, Marina representa a esperança da virada, para Dilma, o sentimento se divide entre a confirmação do terceiro mandato “Lulista” e o medo da virada tucana. Com quem Marina vai? Com quem?

Entre todos os fatos, um deles faz a dúvida da população ser ainda maior: nenhum dos candidatos trocará de vice, que são de partidos diferentes de PT e PSDB, PMDB e PP, respectivamente. Marina terá de dar seu apoio ao candidato que o seu partido julgar melhor. Minha aposta vai para Serra. Vários nomes fortes do PV já revelaram a preferência pelo tucano. O apoio à Dilma também seria difícil, tendo em vista que Marina é uma ex-integrante do PT, ex-Ministra de Lula, que saiu brigada com o partido. O apoio de Marina ao partido vermelho seria uma desilusão para quem votou 43, Marina apoiar quem mais criticou durante sua campanha, não que ela não tenha criticado Serra, o seu governo em São Paulo e o governo tucano de FHC, seria uma contradição imensa.

Dia dezessete, em uma convenção do partido, Marina decidirá seu apoio. Repito, o Partido Verde vestirá azul no segundo turno. E dia trinta e um possivelmente teremos o governo do estado em oposição ao governo federal. O verde será decisivo nestas eleições, e nos próximos dias será mais visado que o vermelho e o azul. Queria saber o que se passa na cabeça de Lula neste momento, vendo a força da sua ex-Ministra decidindo a eleição, e provavelmente em favor dos seus adversários. É o verde da esperança, do medo e do arrependimento, é o verde forte de Marina Silva.