- Fernando hoje tu vai conversar com a Luciana. – Disse Bernardo como quem chinga um filho que não arrumou o quarto.
- Quê? Sobre o quê? – Fernando tentando disfarçar o óbvio.
- Para. Tu bem sabes do que eu estou falando. Te conheço demais e não é de hoje que noto essa tua baita queda por ela. De hoje não passa.
- Tu só podes estar de brincadeira! É aniversário dela, como que eu vou falar sobre isso hoje, aqui.
- Fica na cozinha, eu volto pra sala e digo que tu queres ajuda, que não encontra alguma coisa. Eu resolvo. Faço ela vir até aqui, e tu te vira! – Já saiu em direção à sala.
Fernando perdeu o chão, suou as mãos, esfregando-as. Tomou um gole da sua cerveja. Lambeu os lábios. Ansioso, o tempo parecia não passar, parecia que todos haviam esquecido ele. Que ele passaria a noite naquela cozinha, esperando Luciana, e ela não viria.
- Do que precisas Fê? – Disse ela entrando na cozinha.
- Ah... o... o... o... abridor das garrafas, não encontrei nas gavetas... – Como se fosse um adolescente prestes a dar o primeiro beijo.
- O que está na mesa, do teu lado? – Luciana sorria um sorriso malicioso.
Fernando tremia, sem que ela percebesse, ele tremia por dentro, todos os músculos, seus olhos viravam-se de um lado a outro, procurando alguma desculpa para a furada que ele havia dado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário